segunda-feira, 11 de abril de 2011

O povo mexicano faz da sua voz, sua arma.

Hoje caminhei pelo Centro Histórico da Cidade do México e por ser segunda-feira não encontrei nenhum dos museus abertos. No entanto, tive a feliz oportunidade de encontrar o povo mexicano, no sentido popular da palavra, reunido na Plaza de la Constitución. Estão acampados na praça em frente ao Palácio Nacional e da Catedral sindicalistas, trabalhadores de várias categorias, do setor público e privado, estudantes, donas de casa, mulheres trabalhadoras, advogados, jornalistas e tantos outros, se somaram desde o dia 6 de abril com 20 mil pessoas que marcharam para o Zócalo (nome que se dá a Praça da Constituição) e lá, entidades, movimentos sociais e sindicais firmaram acampamento permanente para mobilizar a sociedade mexicana a pedir a renúncia de Felipe Calderón, político conservador do Partido da Ação Nacional. Seu alinhamento com os Estados Unidos empobrece o povo mexicano e enche de alegria as empresas americanas que aqui enriquecem a custa da miséria do povo, que não se rende.

Conversando com Victor Armando Pascoal, professor e artista popular que carregava uma bandeira e um sorriso que contagiava quem por ele passavam, ele dizia:“ amo o México, e estes mexicanos gringos, saqueiam o povo que esta morrendo de fome. São 60 milhões de desempregados no México e não há educação pública. Querem que o México seja o quintal dos americanos, mas nós queremos liberdade para fazer do nosso país um país sem miséria!”

O palácio do governo estava cercado de grades e seguranças fortemente armados desde o dia da tomada de Zácalo.  A voz de cantores da organização do povo e da revolução mexicana ecoavam na praça, para o desgosto dos poderosos.

Hoje percebi que a revolução mexicana é permanente, que o povo oprimido está nas ruas e nas praças fazendo de sua voz sua arma. Chegará o dia em que a arma será a voz do povo!

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