domingo, 19 de dezembro de 2010

Morreu! Nosso teórico morreu! Mas cá pra nóis, entes ele do que eu!


Aula de política no início do ano de 2004, último ano do bacharelado de Sociologia e Política de minha turma iniciada no ano de 2000 na Fundação Escola de Sociologia e Política (FESP).

No dia 8 de janeiro estávamos discutindo sobre o texto de Norberto Bobbio, la destra e la sinistra, quando a Paula Rizzo, colega de estudos e botecos, perguntou: O Bobbio está vivo? O Alex foi o primeiro a afirmar: claro, está vivinho. A pergunta se transforma em segundos numa certeza inabalável. Não gente, não pode, o Bobbio já morreu, disse a Paula com uma certeza carteziana. Não adiantou nada todos se inscreverem para afirmar o contrário.

Dia seguinte, 9 de janeiro, estampada nas páginas dos principais jornais do país a manchete, “aos 94 anos, morre Norberto Bobbio”. A certeza de Paula se concretizara. Bobbio agora sim, morrera.

Manhã pós-morte de Bobbio retornando a FESP, aqueles que freqüentaram o dialogo no dia anterior, foram logo perguntando: como você conseguiu? Você matou o Bobbio?? Não gente, não, eu nem sabia que ele estava vivo!!! Respondia Paula com aquela cara espanto e desinteresse.

Passados mais de seis anos Paula é identificada por nós daquela divertida turma de Sociologia e Política como a estudante que se não matou, garantiu no dia seguinte que seu veredicto era verídico. Bobbio em fim estava morto.

No dia 30 de outubro de 2009 abro as páginas de um importante jornal em São Paulo, e vejo na manchete principal: “pouco antes de completar 101 anos, morre Claude Levi-Strauss”. Imediatamente encaminhei uma mensagem para a Paulinha perguntando: Mas ele já não estava morto? E ela respondeu imediatamente.. Não fui eu! não fui eu! Descobri que não fui o único que encaminhou a mensagem a ela, e, ainda quando os colegas daquela dedicada e divertida turma de estudantes se encontram ao menos uma vez por ano, esta historia é repetida com divertido sarcasmo sociológico.

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