sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Escutando o mundo que existe fora de mim

Tenho certeza que aqueles/as que lutam pela liberdade, pelo direito a democracia, pela igualdade social, pela participação e construção coletiva das decisões que afetam a vida danossa equipe de trabalho, do grupo pertencem, da comunidade que participamos, queremo construir a o futuro a partir de prática cotidiana.

Neste ano, um aspecto nesta prática cotidiana da sociedade que projeto e imagino constrir, percebi e vicenciei como contradição. Apesar de lutar contra o autoritarismo nas relações vivenciei minha forma de ser autoritário. Não é um autoritarismo que a maioria das pessoas percebem. Não, este é bem mais sofisticado. O que as pessoas vêem em mim é a participação em decisões coletivas. No entanto, só eu sei a quantidade de vezes que não quis ouvir o que estava se falando em uma reunião ou em uma conversa a dois. Só eu sei a quantidade de vezes que não escutei por supor saber, pelo poder da dedução, exatamente o que o outro iria dizer, e, portanto pora que escutar? Somente ouvi como um murmúrio, como aquele que vem da rua durante a reunião. Enquanto isto preparo minha fala para quando chegar minha vez de falar. E falo com a autoridade de quem está com a melhor informação, a melhor afirmação sobre os fatos e as melhores alternativas. Para validar o que os outros disseram faço referência ao que um disse, ao que outro pensa e disto concluímos que não estou sozinho.

Existem muitas formas de autoritarismo e aprendi com Rafael Echeverria que uma das mais cotidianas é não escutar o outro. Isto significa tirar do/a outro/a a voz e o direito de ser escutado/a. A fala do/a outro/a se realiza na minha escuta, não no ato de falar. Quando não escuto, não lhe dou existência, não lhe dou autoridade para que me falar. Exercendo autoridade sobre sua fala, sou autoritário.

Normalmente escutamos quem tem mais autoridade que nós ou concorda com o que falamos. Não escutamos aqueles/as que necessitam ser escutados. Não falo do menino que pede esmolas ou do velho que mora na rua e tem uma historia de vida, estas pessoas que todos os dias esbarramos nas ruas sequer têm a sensação de que existem socialmente, e, portanto, nem nos dirigem a palavra. Ainda falo daqueles/as que nos falam imaginando que estamos comprometidos em compreendê-los. No entanto, descomprometidos, lhes arrancamos a existência no simples ato de não escutarmos para compreender o que lhes afligem quando dizem que NÂO, o que lhes empolga quando dizem que SIM, ou o que pensam sobre o que estamos falando.

Só como exemplo quando em uma reunião (e isto já tem nos incomodado), estamos conectados em notebooks e celulares, acreditamos que é possível dividir a atenção entre os ouvidos e os olhos como se a comunicação não fosse um complemento destes dois sentidos. Só descobrimos seu poder quando assistimos a um filme sem música, ou quando colocamos uma música na seleção de fotos dos filhos e nos emocionamos, pois percebemos como é extraordinária e nítida a compreensão do que queríamos dizer usando os dois sentidos.

Acredito estar fazendo o melhor de mim quando estou numa reunião, num diálogo, ou escrevendo como agora, mas para um Socialista e Ateu, dou graças a Deus por não estarmos vivendo em um momento revolucionário no sentido histórico do termo. Por não estarmos preocupados em escutar para compreender o outro, estaríamos nos matando. Começaríamos por nossos desafetos mais próximos, os dirigentes que nos fizeram mal feitos dentro do nosso partido, entraríamos em luta com as várias vertentes de esquerda e visões de socialismo, depois encontraríamos entre nós mesmos os momentos em que nos sentiríamos traídos, por não sermos capazes de compreender a atitude do outro, por estarmos mais preocupados em lhe cobrar coerência. Não nos colocamos a possibilidade de compreender seu dilema de decisão, ao contrário, como quem tem de dar o exemplo aos demais, lhe damos um lugar em que todos podem ver: o da vergonha. Isto não significa que não haja erros e responsabilidade, mas que é imponderável aprender a escutar para aprender a responsabilizar.

Parece estranho comparar o simples ato de escutar às atrocidades que somos capazes de fazer na historia da humanidade ou no cotidiano de nossas relações pessoais. Mas é só se colocar num lugar de poder e ver em perspectiva esta simples atitude que temos ou deixamos de ter, todos os dias, quase sem perceber, para perceber seu impacto. Pode ser o papel de pai e mãe, ou a coordenação de equipe, um cargo de chefia, uma liderança de bairro, dirigente partidário, um mandato parlamentar ou mandato executivo.

Lembrei de uma frase do poema de Bertold Brecht, “nós que lutamos pela amizade não soubemos ser bons amigos”. Aprender a escutar como quem quer compreender o outro para aprender sobre sua forma de ver o mundo e as coisas do cotidiano, é para mim, hoje, uma tarefa revolucionaria que deve estar no intimo de cada um. Um dirigente que não consegue escutar o que alegra as pessoas, o que as impulsiona para vida, o que lhes dá ânimo e perspectiva ou o que lhes dá desesperança e dor, é um dirigente que atua para existir somente para si como dirigente, não para dar existência a vida que pulsa a sua volta, somente para existir como pai, sem dar existência ao filho, para existir como namorado/a, marido/esposa, sem deixar existir a mulher ou homem.

Assumo o compromisso comigo mesmo neste ano que termina e outro que começa, de aprender a escutar e seguir escutando, o que é dito não só pelas palavras. O que pensam meus amigos, meus irmãos/ã, pais, minha filha, meu neto, a mulher que amo, os/as colegas e companheiros/as de trabalho e luta, pois, ali passamos a maior parte do tempo de nossas vidas. Acredito que aprimorando minha escuta estarei me relacionando com as pessoas oferecendo, não certezas, mas minha disposição para aprender com elas, para trocar nossas formas de ver o mundo e as coisas do mundo, reconhecendo que não há só uma possibilidade no que existe.

Marcio Cruz

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Lideranças sociais defendem o interesse público do Paraná, contra os interesses privados.

“Contra a intolerância dos ricos a intransigência dos pobres.”
Florestan Fernandes

O governador Beto Richa (PSDB/PR) não foge a regra do modelo tucano. Fez escola com o também cara de bom moço Geraldo Alckmin (PSDB/SP). Em frente à imprensa, gestos e palavras suaves. Na gestão do Estado a truculência e a força institucional para implementar a agenda neoliberal de que ambos herdeiros.

Ontem (05/12) a Assembléia Legislativa do Paraná viveu a manifestação da intransigência dos pobres, diante da intolerância dos ricos que decidem em seus gabinetes e escritórios luxuosos o futuro de todos/as.

Foi legítima a indignação e a intransigência dos mais manifestantes que ocuparam o plenário da ALEP e lá se mantiveram por mais de quatro horas. A população do Paraná representada nestas lideranças sociais desejava ser ouvida em audiência pública para opinar sobre o projeto do governo e suas conseqüências.

O próprio presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Fernando Guimarães revelou que o projeto de Lei que autoriza o governo estadual a repassar a Organizações Sociais (OSs) serviços de responsabilidade do Estado, mereceria ser apreciado por audiência pública em ambiente democrático.

O governador Beto Richa parece ter pressa na gestão dos interesses privados que bebem recursos do Estado. Neste caso em particular, sabe o governador que não pode abrir o debate em relação às OSs e as PPPs (Parceria Público Privada) que entra na pauta para votação também sem debate. Sabe o governador que a sociedade não quer a privatização mascarada do bem público.

A forma intransigente da manifestação é justificada. Demonstra a viva vontade popular para o exercício da democracia, luta pela qual muitos/as brasileiros/as entraram em conflito com o poder vigente, lutaram e morreram. Para que temas como a OSs e PPPs que na opinião de muitos estudiosos, juristas conceituados, políticos e líderes sociais é uma forma mascarada de privatização do Estado, sejam colocados em discussão com toda a sociedade antes da votação por seus representantes constitucionais.

Há várias formas de violência. Quando o poder executivo impõe ao legislativo a votação sem o devido tempo para o debate nas Comissões, no Plenário e sem o devido diálogo com a sociedade, sem justificativa de urgência, comete uma forma de violência à democracia. Toda a imposição pressupõe um grau de violência e uma resposta de autodefesa. O poeta alemão Bertold Brecht escreveu, “Dizem violentas as águas de um rio que tudo arrastam, mas não dizem violentas as margens que as oprimem”.

Marcio Cruz
Mestre em Ciências Sociais – PUC/SP
Coordenador do mandato Tadeu Veneri – PT
Presidente do Fórum de Educação Popular - FREPOP

terça-feira, 6 de setembro de 2011

LIBERDADE DE OPINIÃO, RESTRIÇÃO A MENTIRA

O recente escândalo de violação de direitos do cidadão cometidos pela revista Veja contra Zé Dirceu, dirigente do PT, traz o oportuno debate sobre a necessidade de controle social da mídia. Para quem pouco sabe sobre o ocorrido, a revista Veja está sendo acusada de violar a intimidade do dirigente do PT, escondendo câmeras no hotel onde o dirigente se hospeda em Brasília. Um repórter da revista teria instalado câmeras e tentado invadir o quarto do dirigente, segundo boletim de ocorrência registrado pelo gerente do Hotel. O repórter também teria usado um nome falso para se registrar no hotel e chegar até o dirigente do PT. Ao ser descoberto, o jornalista da Veja fugiu sem pagar a conta e teve o nome envolvido em outro boletim de ocorrência. Depois de tudo, ouvi dizer (pois não leio a Veja e por isto Vejo mais longe), publicou matéria em que vinculava José Dirceu a um complô delirante para prejudicar o governo Dilma. Este fato não é isolado no Brasil. Tivemos recentemente o fechamento de um jornal britânico “News of the Word”, da família Murdoch, acusado de grampear telefones de milhares de pessoas, incluindo celebridades, membros da família real britânica, políticos e até familiares de vítimas do atentado de 11 de setembro de 2001. Cresce no mundo uma vertente do jornalismo que não fornece informação e opinião ao público, mas ao contrário, atua numa guerra de informação e contra informação próxima à ação da propaganda nazista do período anterior e durante a segunda grande guerra. As conseqüências são conhecidas na história ocidental do século passado. Exemplo de descompromisso com a realidade ocorreu também no estado do Paraná, onde um Blog em texto travestido de notícia insinuando que o deputado Tadeu Veneri, do PT do Paraná, pensa em sair do partido. No mesmo espaço, foram publicadas outras “notícias” nomeando o deputado federal Dr. Rosinha e Tadeu Veneri, ambos pré-candidatos do PT à prefeitura de Curitiba, como protagonistas de uma tática destinada à credenciá-los como vice de outra candidatura que não a do PT para a prefeitura da capital paranaense. A mídia paranaense, incluindo Blogs de compromisso duvidoso com a verdade, constantemente, colocam na boca do ministro Paulo Bernardo e da Ministra Gleisi, insinuações ou afirmações que nunca foram feitas. O mais constrangedor é que estas insinuações ou inverdades apresentadas como juízos ou afirmações acabam por organizar as ações de dirigentes partidários, militantes e opinião pública, demonstrando eficiência em confundir aqueles que lhes dão algum crédito.
O compromisso destes Blogs, assim como da revista Veja e de outros veículos de comunicação não é o da informação, mas o da obstinada desinformação uma vez que utilizam do artifício da invenção de fatos ou promoção de factóides para tornar uma mentira verdade. Por isto defendo o controle social da mídia. Não para controlar a livre manifestação das idéias, sejam elas quais fores, mesmo as de conteúdo político de direita comuns em jornais europeus e dos Estados Unidos da América, nem mesmo para inibir a divulgação de fatos que estejam obscuros aos olhos do interesse público, como o caso do uso de aviões sem contrato público utilizado pelo governador Beto Richa, denunciado em primeira mão pelo Blogueiro Esmael Moraes, censurado pela justiça a pedido do governador. Ao contrário, defendemos o controle da mídia para a restrição da mentira, da calúnia, do dano moral irreversível, individual e coletivo. Propomos a restrição da criminosa ação de empresas jornalísticas e de profissionais travestidos de jornalistas, que desrespeitam o direito público à informação ancorada em evidências de veracidade ou verossimilhança com a realidade. Este jornalismo tem por missão fabricar cenários ilusórios, utilizando o artifício da mentira, com o firme propósito de desinformar, esconder o que não pode ser dito, publicar seu modo de ver o mundo e agir sobre ele, como se fosse o único possível e viável. Hoje, a tecnologia oferece condições de retirar o véu da pretensa “notícia travestida de verdade” e contestar por meio de Blogs, sites, microblogs e redes sociais as mentiras e as formas criminosas com que muitas empresas de comunicação têm atuado no Brasil, como constatamos no recente escândalo da revista Veja, que deve ser investigada e julgada na forma da Lei, uma vez que há previsão no código penal das infrações por ela cometida. Esperamos que o governo da presidenta Dilma, apoiada pelo 4 Congresso Extraordinário do PT, aproveite a oportunidade e encaminhe projeto que propõe a regulação da mídia no Brasil, dê asas à liberdade de opinião e ao controle da Calúnia e da mentira.

sábado, 30 de julho de 2011

Primeiro balanço do IX Frepop - VI Internacional, ocorrido em Lins (SP), Brasil

(http://ongfrepop.blogspot.com/)

O IX FREPOP – VI Internacional (Fórum Regional de Educação Popular do Oeste Paulista), realizado entre os dias 19 e 23 de julho de 2011, sob tema eixo: Educação Popular: um projeto político e social em construção no Brasil e na América Latina teve a participação de quatrocentos e oitenta inscritos, sessenta e seis convidados nacionais e treze internacionais. Nesta edição realizamos, ainda, o Primeiro Frepopinho, reunindo 280 crianças, filhos/as dos participantes e de projetos sociais da cidade de Lins em atividades lúdicas sobre o meio ambiente, o consumo sustentável e brincadeiras coletivas nos três dias do FREPOP. Ao todo, foram 839 (oitocentos e trinta e nove) pessoas participantes de todas as atividades oferecidas pelo evento, ao longo de seus cinco dias de funcionamento.

Os participantes do IX FREPOP – VI Internacional, vieram de dezesseis estados do Brasil: AL, AM, BA, CE, DF, MG, MS, MT, PB, PE, PR, RN, RS, SC, SE e SP. Os convidados internacionais têm origem em dez países: África do Sul, Argentina, Cabo Verde, Chile, Escócia, Índia, Itália, Peru e Zimbábue (além de contar com um participante do Haiti); e de quatro continentes (África, Ásia, América do Sul e Europa).

O que ocorreu no IX FREPOP – VI Internacional

O eixo central do IX FREPOP – VI Internacional: Educação Popular: Um projeto político e social em construção no Brasil e na América Latina está associado ao fazer, portanto os painéis nacionais e internacionais, além das mesas temáticas, estavam associados às práticas dos/as educadores/as nas comunidades nas quais estão inseridos.

No FREPOP ocorreram nove Painéis Internacionais; quatro Nacionais; sessenta círculos temáticos, rodas de conversa e comunicações; vinte oficinas; sete exposições fixas; quatro sessões de vídeo; nove atividades culturais e a Tenda de Educação Popular "Paulo Freire", onde os participantes, além de terem acesso aos debates sobre os conhecimentos populares em saúde tiveram acesso aos cuidados alternativos. Pela primeira vez no FREPOP, ocorreu também um encontro interreligioso; a participação da coordenação do Fórum em reunião com os agentes de saúde de Lins, secretaria municipal de saúde e representante do Ministério da Saúde para discutir a situação das agentes de saúde no município; e, uma visita aos/as trabalhadores/as da usina de reciclagem de Lins.

Envolvimento na organização IX Frepop – VI Internacional

Além da direção da ONG FREPOP (Fórum de Educação Popular), responsável pelo Fórum Regional de Educação Popular do Oeste Paulista, participaram quinze famílias da cidade de Lins que acolheram mais de sessenta e cinco participantes que não tinham condições de custear sua estadia duranrete o FREPOP e cinquenta e oito voluntários/as que trabalharam na recepção, acolhida e organização dos espaços de trabalho. Faz parte da metodologia de organização do FREPOP, a construção coletiva e o comprometimento de educadores/as, voluntários da comunidade onde o fórum é realizado.

Desafios para os próximos Fóruns de Educação Popular

A nona assembléia do FREPOP, realizada ao final do Fórum, aprovou que o FREPOP, por sua abrangência nacional e adesão internacional, não cabe mais na caracterização de “Fórum Regional do Oeste Paulista” como foi iniciado e denominado até a presente edição. Portanto, a assembléia decidiu que o X FREPOP – VII Internacional, que está programado para o ano de 2012, será denominado X Fórum de Educação Popular (X FREPOP - VII Internacional).

Seu principal desafio é aglutinar Redes, Grupos e Articulações de Educação Popular de caráter nacional, além das redes Latino Americanas, para apropriarem-se do FREPOP como um dos espaços de sua articulação, sistematização e debate em torno da Educação Popular que se faz nos diversos setores da sociedade brasileira e da América Latina.

X Fórum de Educação Popular (X FREPOP – VII Internacional) - 2012

A organização do X Frepop – VII Internacional tem enormes desafios pela frente. Além de articular Redes, Grupos e Articulações brasileiras e Latino Americanas para apropriarem-se do FREPOP como um de seus espaços de sistematização e fazer cotidiano da Educação Popular, tem agregado o desafio da captação de recursos (sempre uma enorme dificuldade a ser superada) e desafio de fechar um ciclo e abrir outro. Não somente pelo significado quantitativo de ser o décimo FREPOP, mas, por esta nona edição ter consolidado a presença marcante de militantes do Norte e sobretudo do Nordeste do País com delegações que viajaram dois e três dias de ônibus e vans, além da presença de lideranças e ativistas sociais dos Estados do Sul e Sudeste para participar do IX FREPOP – VI Internacional. Esta marcante presença nos dá enormes responsabilidades com o futuro do FREPOP, por compreendermos a necessidade de sistematizar estes nove anos de existência, sua forma particular de organização, acolher e encaminhar os diálogos horizontais que nele se realizam. Sistematizar sua contribuição para a Educação Popular, para as declarações pessoais e coletivas que nele se realizam, de compromisso com o povo e sua capacidade de luta, de comprometimento com o conhecimento compartilhado, onde cada um, na sua particular e simples forma de ser, carrega uma compreensão de mundo legítima, e um saber próprio para compartilhar com o outro.

A nona assembléia geral do FREPOP decidiu que sua décima edição ocorrerá em Lins, fechando este ciclo, e que será proposto às redes de Educação Popular do Brasil e da América Latina participar de sua concepção, mobilização e organização, iniciando um novo processo para as edições futuras.

Neste sentido, definiu-se realizar encontros regionais, municipais, de grupos ou setores, para mobilizar o X FREPOP – VII Internacional.

Nestes encontros serão pautados:

a) A história do FREPOP, sistematização de sua forma de organização e contribuição para a Educação Popular por meio de depoimentos de seus participantes e um vídeo que está sendo produzido;

b) A sugestão de temas a serem discutidos do X FREPOP – VII Internacional;

c) A sugestão de nomes a serem convidados para os Painéis Nacionais e Internacionais, além dos círculos temáticos e oficinas do X FREPOP – VII Internacional;

d) A divulgação e mobilização dos grupos, comunidades, redes sociais, articulações e setores para participar do X FREPOP – VI Internacional;

e) As formas de financiamento para viabilizar as viagens das delegações até Lins (SP), para participar do X FREPOP – VII Internacional

FREPOP 2013

Na preparação da nona assembléia geral recebemos sugestões para que o FREPOP seja realizado em outras cidades e estados do país, uma vez que não está mais caracterizado como um fórum regional do oeste paulista. Entre elas, a cidade de Piracicaba (SP), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF). Definimos que a decisão de onde será realizado o FREPOP 2013 será tomada na sua décima Assembléia Geral em Lins, ao final do X FREPOP – VII Internacional. Este processo incluirá:

a) A sistematização do modo de fazer o FREPOP no acúmulo de suas dez edições a serem discutidos e sistematizados nos encontros de mobilização que precederão sua décima edição;

b) A formulação de uma carta de princípios a ser desenvolvida coletivamente na lista de e-mails e sob a responsabilidade da direção da ONG FREPOP e discutida nos encontros de mobilização;

c) Capacidade de captação e gestão dos recursos materiais da parceria onde será realizado o FREPOP;

d) Legitimação na décima plenária nacional do FREPOP, que será realizada no X FREPOP – VII Internacional em Lins.

Compromisso da coordenação da ONG FREPOP e da organização do IX FREPOP – VI Internacional

Encaminhar por e-mail, aos participantes do IX FREPOP – VI Internacional, em formato de avaliação e sistematização para que todos/as os/as que participaram do Fórum Regional de Educação Popular do Oeste Paulista, sejam avaliadores do que foi marcante e do que necessita ser melhorado, além do processo de sistematização do que foi realizado.

Prestar contas dos recursos utilizados no FREPOP aos colaboradores/as e a comunidade frepopiana.

Divulgar a avaliação e sistematização das experiências do FREPOP, antes do final do ano de 2011, para que contribua para a organização do FREPOP 2013.

Agradecimentos

Agradecemos a todos e todas que direta ou indiretamente participaram do IX FREPOP – VI Internacional. Especialmente as/os voluntárias/os que organizaram, acolheram e trataram de todas as demandas apresentadas pelos participantes, mesmos as críticas, como legítimas. Agradecemos às famílias linenses que acolheram tão generosamente os nossos participantes. E por fim, agradecemos as organizações que colaboraram materialmente com a realização desta edição do FREPOP, a quem mencionamos: Prefeitura Municipal de Lins, Universidade Estadual Paulista (UNESP); Itaipu Binacional; Rede de Educação Cidadã (RECID), Associação dos Professores do Estado de São Paulo (APEOESP) e Centro Universitário de Lins (UNILINS). Somam-se a estes, os parceiros que atuaram pela mobilização deste Fórum as redes, como o CLADIN, MOPS, ANEPS, IAL, ITS/Brasil e UNIPOP/NE.

Marcio Cruz
Presidente da ONG FREPOP
Coordenador Geral do IX Frepop – VI Internacional

Demais membros da Coordenação:
Antonio Folquito Verona, Cláudia Pereira Xavier, Cleusa Perini, Denise Rocha Pereira, Edilene Lopes, Salete Elias da Silva Castro e Simone Maria Leite Batista.

Secretaria Geral:
Salete Elias da Silva Castro.

Coordenadora do Frepopinho:
Denise Rocha Pereira

Coordenadora da Tenda Paulo Freire:
Simone Maria Leite Batista

Comissão de Exposição e Comunicações:
Aline da Silva Oliveira, Cláudia Pereira Xavier, Deraldo Ferreira Neto e José Aparecido Silva Queiroz

Comissão de Documentos e Certificados:
Anderson da Silva e José Ricardo Pullito

Comissão Cerimonial Abertura:
Adriana Oliveira Rodrigues, Maria Aparecida Saldanha Rosa Gonçalves e Tânia Cristinha Jorge.

Comissão de Credenciamento:
Coordenadoras: Maria do Perpetuo Socorro Gomes de Oliveira Léles, Lucimara Tagliaferro;
Integrantes: Ana Ligia Vilela Nerva, Aparecida Salete Nardi, Daniela Laura Rodrigues de Lima, Emanuela Raquel dos Santos Rodrigues Roque, Fernanda Francisco Boccio Silva, Karina Aparecida Secchi, Karoline Tomaz da Silva, Lucia da Silva Luciana, Lucileide Maria TagliaFerro, Lucimar Celestino de Carvalho, Maria José dos Santos, Milene Barbosa Pereira, Silvana Maria de Souza Cruz, Suellen Fernanda Brandão, Tamiris Mariene Rafael Santana e Verusta Guinder Corrêa.

Comissão Auxiliar:
Celso Chagas de Castro, Eduardo Silva Pinto e Evandro Rafael Vieira do Nascimento

Responsável Pelo Espaço Físico do Evento:
José Boscheto

Equipe de Hospedagem Gratuita/Familiar:
Antonio Folquito Verona, Benedita Aparecida de Oliveira, Inês Dezotti e Maria Zoraide da Silva Bragante

Equipe de Tradução
Coordenadores: Antonio Folquito Verona e Regiane Aparecida Silva Zacarias;
Tradutores: Camila Soares Lopez (francês), Carlos Felipe da Silva dos Santos (espanhol), Jônatas Domingues de Almeida Chizzolini (inglês), Karina Loncorovici (inglês), Tâmara Lopez Santos (inglês) e Tânia Paola Celedón Espinoza Martino Paris (espanhol).

segunda-feira, 18 de julho de 2011

IX FREPOP - VI Internacional
Fórum de Educação Popular

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LINS (UNILINS) - LINS (SP)
DE 19 A 23 DE JULHO DE 2011

Tema Central:

EDUCAÇÃO POPULAR: UM PROJETO POLÍTICO E SOCIAL EM
CONSTRUÇÃO NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA
– UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL-

Temas Eixos:

I - Combatendo a violência;
II - Construindo a Economia Popular: solidária e autogestionária;
III- Resistindo e re-significando nas comunidades: originárias, quilombolas e camponesas;
IV - Articulando as redes de Informação para a organização social;
V - Promovendo a sustentabilidade alternativa do meio-ambiente;
VI - Conquistas e lutas da mulher na sociedade
VII - Infância, Adolescência e Juventude: construções e desconstruções;
VIII - Organizando a Educação Popular como política pública na saúde, na educação, no campo, na cidade, nas comunidades originárias, quilombolas e camponesas.

Informações no site: www.frepop.org.br

sexta-feira, 27 de maio de 2011

EDUCAÇÃO POPULAR: UM PROJETO POLÍTICO E SOCIAL EM CONSTRUÇÃO NA AMÉRICA LATINA E NO BRASIL - UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL

O IX FREPOP – VI Internacional firma seu compromisso e responsabilidade em construir um espaço onde se possa compartilhar as experiências de Educação Popular e sua intervenção na realidade. Nestes nove anos, centenas de educadores/as consolidaram o FREPOP como espaço para o debate respeitoso e horizontal, em painéis nacionais e internacionais, oficinas, mesas e rodas de conversa.

Nesta nona edição que será entre os dias 19 e 23 de julho de 2011, na cidade de Lins, SP, o FREPOP atuará no tema “UM PROJETO POLÍTICO E SOCIAL EM CONSTRUÇÃO NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA – UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL”.

Na contramão do que apregoam os arautos do neoliberalismo, o recente período histórico do Brasil e da América Latina desenvolveu capacidade extraordinária de inspirar parcelas da população para atuar em movimentos sociais, sindicais, camponeses, urbanos, de comunidades tradicionais, mulheres, juventude, da população LGTBT, povos da floresta, entre outros, promovendo por meio da Educação Popular os pilares do respeito ao próximo e da solidariedade social.

Foi na luta social que o povo latino americano se forjou, e ainda hoje resiste em várias frentes, sobrevivendo e construindo sua condição histórica como sujeitos de direitos.

Há muito, o FREPOP extrapolou as relações regionais, berço de sua história. Pois, nos reconhecemos nos quatro cantos do país, e nos cinco continentes, com centenas de homens e mulheres que se desafiam a atuar junto ao povo e não em seu nome. Atuam por meio da Educação Popular para que se possa reconhecer a interpretação popular do mundo de hoje, e, descrevê-lo na perspectiva de que o capitalismo não será o último modelo econômico e social da humanidade.

Ao realizar sua IX edição nacional e VI internacional, o FREPOP inscreve-se como um espaço de colaboração para a Educação Popular do Brasil e do mundo. Propõe reunir educadores/as e redes de educação espalhados nos cinco continentes, em especial na America latina e no Brasil, militantes sociais e pessoas que queiram compartilhar sonhos, utopias e práticas emancipatórias.

Nos painéis, mesas, oficinas e rodas de conversa, a proposta do FREPOP é apresentar em oito eixos temáticos as práticas populares que estão: 1) Combatendo a violência; 2) Construindo a Economia Popular: solidária e autogestionária; 3) Resistindo e re-significando nas comunidades: originárias, quilombolas e camponesas; 4) Articulando as redes de Informação para a organização social; 5) Promovendo a sustentabilidade alternativa do meio-ambiente; 6) Conquistas e lutas da mulher na sociedade; 7) Infância, Adolescência e Juventude: construções e desconstruções; 8) Organizando a Educação Popular como política pública na saúde, na educação, no campo, na cidade, nas comunidades originárias, quilombolas e camponesas.

Como nas edições anteriores, a organização e a execução das tarefas do IX FREPOP – VI Internacional é voluntária. Custos operacionais são assumidos por entidades parceiras da sociedade civil e setores de governos que tem programas comprometidos com os pressupostos e da trajetória do FREPOP.

Convidamos a todos/as para compartilhar sua forma de ver e estar no mundo, pois nenhum de nós pode tanto quanto todos nós juntos!

Marcio Cruz
Presidente da ONG FREPOP
www.frepop.org.br

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O que encanta-me no México, não é o passado, mas o presente!

Descumpri minha promessa de atualizar o Blog todos os dias, hoje vou renovar em parte e tentar cumprir com os demais dias. Vim ao México para fazer o Curso de Coaching Antológico da Newfieldt Consulting. O Curso iniciou hoje, e chegando domingo a noite, tratei de conhecer um pouco mais do México e sua cultura antes de chegar a Querétaro, cidade onde esta sendo realizado o curso. Na terça visitei as Pirâmides de Teotihuacan, ontem, o Palácio das Belas Artes, o Museu do Templo Maior, e o Museu Dolores Olmedo Patino. Pensava em ir a casa de Frida Kahlo, mas o taxista entendeu errado e acabou me levando a casa onde há obras de Frida, mas não a casa onde ela morava.

Nas piramides de de Teotihuacan conheci os vestígios da civilização pré-colombiana artefatos e escavações arqueológicas que identificam o território Teotihuacan como sendo um local multi-étnico, incluindo Zapotecas, Mixtecas, Maias e mesmo Nahuas.

No Palácio das Belas Artes, a pintura moderna, a mais impressionante conclusão é que ainda se mantém vivo o espírito de artistas Diego Rivera, que marcou seu tempo com painéis racionalistas, e nacionalistas. Evocando a razão contra a tradição e a religião, e pregando nesta razão a virtude do socialismo como uma possibilidade histórica.

O museu apresenta claramente os debates ideológicos dos últimos três quartos do século XX. No entanto, o que mais me encantou, neste México, foi a vida presente, aquela que se move, chora, empunha bandeiras, cerra os punhos, grita e ainda hoje luta por um México onde sem explorados, com divisão de renda, com respeito as diferenças e a dignidade humana. Em frente ao Palacio das Belas Artes se reuniu na quarta pela manhã uma multidão protestando contra o governador do Distrito federal (cidade do México) pelas altas taxas da água, em especial pelos impostos. Os cartazes diziam que agua não é negócio e sim necessidade humana. Haviam muitas bandeiras do PRD (Partido da Revolução Democratica) e muitos jovens e velhos.
O que encanta-me no México, não é o passado, mas o presente!